NEIFF SATTE ALAM[*]
“...afirmo convictamente que humanizar o conhecimento é fundamental para revolucionarmos a educação.”Augusto Cury
Na sala de aula, junto aos pequenos seres com grande potencial, abrem-se poderosas janelas para a formação de pensadores quando exploramos a capacidade latente de nossos alunos em um mundo virgem a ser criado e recriado a partir de um trabalho pedagógico com construção de competências.
Basta que, junto com a exteriorização de informações e conhecimentos, dê-se vida aos pensadores que criaram estes pensamentos, pois, desta forma, estaremos dando vida e significado ao conhecimento. As nossas crianças, desde cedo, devem ter a exata noção do esforço e desprendimento daqueles que criaram e desenvolveram idéias relativas ao que estão aprendendo. Um aluno poderá entender melhor uma Lei da Física se conhecer um pouco do cientista que a elaborou, principalmente porque lhe parecerá algo mais humano e não algo que surge das páginas de um livro. Desta forma, no futuro, com novas assimilações de informações, poderá ser o promotor de mudanças nesta mesma Lei.
Charles Darwin, para muitos apenas um nome inscrito na história da evolução, foi uma das pessoas mais dedicadas à manutenção de uma biodiversidade em harmonia na natureza, esta sua dedicação foi um dos estímulos a buscar entender esta mesma biodiversidade e suas origens. Sem conhecer a pessoa do pensador, a ciência parece não ter rosto e o entendimento de seu pensamento fica despersonalizado.
Como bem diz Augusto Cury, “...por trás de cada informação dada com simplicidade em sala de aula existem as lágrimas, as aventuras e a coragem dos cientistas.” Ignoramos quantos cientistas foram sacrificados pela coragem de manter suas idéias e defendê-las contra tudo e contra todos. O próprio Darwin, para defender suas idéias, sofreu ataques e injúrias de toda ordem, principalmente dos que não tinham interesse em que suas déias se propagassem, pois poderiam comprometer a estabilidade sócio-político-religiosa na época em que as propagou.
As idéias não morrem com a morte dos que as criaram, mas se diluem pela noosfera (esfera do pensamento) e deságuam em cada ser que se habilitar a refletir sobre este pensamento. Nossas crianças poderão ser estes seres, pois estão aptas a recebê-los e a dar-lhes melhor destino por não estarem impregnadas de preconceitos, mas, se tiverem um conhecimento de quem gerou este saber, poderão avançar com competência e, no futuro, utilizá-lo ou reformá-lo, pois não só aprendemos por assimilação, mas também avançamos além do conhecimento original da mesma forma, isto é, por assimilação. Voltando ao Darwin, a sua teoria sobre a Evolução das Espécies foi modificada por assimilação de conhecimentos novos na área da genética, mas a essência se manteve. Todo este caminho deve ser de conhecimento do estudante para que, entendendo os caminhos das origens de um conhecimento e principalmente das dificuldades de quem o elaborou, possa avançar em segurança pelos seus próprios caminhos.
[*] Professor