NEIFF SATTE ALAM
Três palavras: Engenharia, Educação e sustentabilidade.
Engenharia pode resultar na construção de prédios, pontes e estradas. Estradas que levam pessoas de uma cidade a outra, pontes que transportam de uma margem a outra de um rio.
Educação constrói pontes e estradas que transportam as crianças do presente para o futuro, depende este transporte de uma engenharia mais complexa, pois trata dos sonhos, das expectativas, das ambições, enfim, do futuro que será tanto melhor quanto melhor for esta estrada que percorre o tempo, sempre focado na realidade presente, mas buscando as melhores alternativas para as novas realidades, que denominamos futuro.
O espaço percorrido nas pontes de concreto e o tempo percorrido pelos caminhos do conhecimento se conectam na medida em que o conhecimento constrói as pontes necessárias para transpor os obstáculos oferecidos pelos rios. Espaço e tempo, então, confundem-se. Nessa dualidade, nesta conexão, onde a linearidade dá lugar à não linearidade é que há a figura da sustentabilidade.
Sustentabilidade cidadã, sustentabilidade cultural onde o momento presente é a preparação para o futuro. O que ensinarmos hoje a nossas crianças será o que determinará a sua realidade futura. O que a Escola proporcionar de positivo na construção de competências é que fará com que os pequenos aprendizes das Escolas Infantis, Fundamentais e de Ensino Médio desfrutem uma cidadania plena.
O nosso entendimento hoje, que os gestores do futuro estão nos nossos bancos escolares e que quanto melhor forem ensinados, quanto melhor for sua capacidade de uma prática reflexiva, quanto maior for a competência para transformarem informação em conhecimento e conhecimento em sabedoria, melhores serão as perspectivas de um mundo mais humano, mais ético e onde as políticas públicas de Estado sejam centradas no social e não nos interesses econômicos.
A Escola tem que avançar nesta direção usando adequadamente as novas tecnologias, permitindo um espaço maior de ação sobre as crianças que vivem em áreas de maior vulnerabilidade social. As Escolas de Tempo Integral podem ser esta solução, associadas às novidades propostas pelas novidades tecnológicas que reduzem os espaços entre os conhecimentos construídos em todo o Planeta, permitirão avanços pedagógicos que não poderiam ser imaginados no século passado, mas que são uma realidade positiva para os dias de hoje.
É bem verdade que se diz não existir dinheiro para avançar significativamente na construção desta estrada que se chama educação de forma tão complexa, como foi o exemplo que citei de ampliar os recursos tecnológicos e construir Escolas de Tempo Integral, mas como isto pode acontecer na oitava economia do mundo, que tem dinheiro para construir dezenas de Estádios de Futebol e não tem recursos para construir, na mesma proporção, estas Escolas? Esta é a engenharia difícil de responder.