NEIFF SATTE ALAM
Com toda a tecnologia atual; com o planeta reduzido a uma pequena ilha no universo, onde a um toque de teclado ou em uma tela pulamos de um continente a outro sem que se saia de casa, sobra tempo para filosofarmos sobre a origem e o destino da humanidade.
Nos séculos anteriores, com um horizonte de conquistas amplo, embora muitas vezes não percebido, cientistas, filósofos e artistas conseguiam fazer seu papel de busca de fantástica chance de sucesso. Hoje, com ampliação do conhecimento tecnológico e a redução do espaço para novidades filosóficas e artísticas, deparamo-nos com uma encruzilhada comportamental frente ao progresso e aos outros seres humanos. Paradoxalmente, reduzimos nossas conquistas humanísticas ao ampliarmos nosso horizonte tecnológico.
Há uma virtualidade exagerada nas relações interpessoais e uma escassez de presencialidade nestas relações. Os sites de relacionamento, que deveriam, pela lógica, aproximar as pessoas, está cada vez mais distanciando umas das outras.
As conversas de “roda de chimarrão” nas calçadas, ou embaixo de alguma árvore ou caramanchão foi reduzida a troca “emeils”, por mensagens no Orkut ou pelo Facebook, enfim, não filosafamos mais com os vizinhos, amigos e colegas.
A filosofia e a arte, para ficarmos apenas nestas atividades humanas, perderam brilho e importância na relação com o universo tecnológico, com isto a sociologia, antropologia e outras áreas do conhecimento se enfraqueceram, aumentou a hominização, mas diminuiu a humanização.
No entanto, a cultura impressa em nossa memória, associada a uma educação com um ensinar/aprender que se utilize desta tecnologia toda e não fique refém destas conquistas, poderá recolocar o humano e o social em um patamar que permita a retomada de novos caminhos.
A humanidade terá que optar por uma destas realidades: ser o pensamento que alimenta a máquina ou dobrar-se às formas de pensamento permitidos pela máquina.
O espaço da Filosofia, da Arte e da Sociologia tem que ser imediatamente recuperado, já nos bancos escolares da pré-escola, como forma de sustentabilidade cultural/educacional, pois o que fizermos do hoje com nossas crianças será o que terão de qualidade de vida, dignidade nas suas atividades laborais e respeito nas relações com o planeta e com os seus semelhantes.
É urgente associarmos as coisas boas do passado com as conquistas do futuro: este é o nosso presente, nossa realidade e o que fizermos dela será o que seremos no futuro...