NEIFF SATTE
ALAM
(...) não
basta elevar o nível de formação acadêmica, pois o essencial na
profissionalização da profissão de professor refere-se à relação com o saber,
com a ação, com o pensamento, com a liberdade, com o risco e com a
responsabilidade. (...) Essa forma de profissionalização, naturalmente, não
pode se desenvolver contra as instituições. Mas elas só se manifestarão se um crescente
número de professores assumir-se como profissional reflexivo e incomodar-se com
a forma como os burocratas os tratam; eles não devem agir por meio do
ressentimento nem dos protestos sindicais,
mas pela construção negociada do sistema educativo. (Perrenoud,
A Prática Reflexiva no Ofício de Professor)
É fundamental para o processo de
profissionalização que se entenda que o professor se constitua em formador.
Alguns aspectos devem ser considerados para que tal situação ocorra. Não
analisaremos todos, mas apenas aquelas que poderão nos dar uma ideia do que se
está falando.
A aprendizagem tem que ser mais do que
simples assimilação de conhecimento e deve se constituir em um poderoso
mecanismo de transformação da pessoa. Desta forma se estará dando atenção não a
um aluno, mas a um sujeito que está se formando.
Estamos habituados a perceber
reconhecimento como grande professor àquele que, como sábio, compartilha seu
saber enquanto que o mais importante é a postura de um professor/formador que
se aplica orientando uma autoformação. Sendo natural, portanto,
uma avaliação formativa e não uma
avaliação somatória.
Tudo isto se refere a um trabalho de
absoluta conexão entre todos estes componentes analisados e outros tantos que aqui sequer citamos, mas
que nos encaminha para uma postura reflexiva e de complexidade.
O caminho a seguir é o de buscar formadores
de professores, com esta mesma intenção de, através de uma prática reflexiva,
construir professores-formadores e, em um processo de multiplicação, ir
transmitindo aos colegas o sucesso desta forma de agir. A mudança sempre será
mais lenta do que a velocidade das ideias que a move, mas algum ganho se terá,
mesmo que a escola, dentro de um contexto de mudanças tecnológicas, pareça
imóvel, pois estas velocidades não são iguais.
A
mudança está verdadeiramente no pensamento e lenta e progressivamente vai
assumindo posturas distintas que ocasionam, ao mesmo tempo que se submetem, uma
revolução do paradigma que sustenta a ação de formação no enfrentamento com as
mudanças e conflitos sociais. A mudança parece lenta, mas é essa forma de ocorrer
que dá solidez na profissionalização do professor, então formador...