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quarta-feira, 18 de julho de 2012

A VONTADE FAZ O CAMINHO



NEIFF SATTE ALAM


 “O universo só é conhecido pelo homem através da lógica e das matemáticas, produtos do seu espírito, mas ele só pode compreender como as construiu estudando a si mesmo, psicológica e biologicamente, ou seja, em função do universo inteiro. Piaget”.



Quando se diz que a vontade faz o caminho, estamos estabelecendo as regras de conduta que estabelecerão as diretrizes que nortearão a caminhada. Esta caminhada será sempre no sentido da construção de uma escola forte, unida e harmonizada com seu contexto. Quando perguntaram a Khalil Gibran o que ele entendia sobre ensino, este respondeu:

“ Nenhum homem poderá revelar-vos nada senão o que já está meio adormecido na aurora do vosso entendimento..

O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípulos, não dá de sua sabedoria, mas sim de sua fé e de sua ternura.

Se ele for verdadeiramente sábio, não vos convidará a entrar na mansão de seu saber, mas antes vos conduzirá ao limiar de vossa própria mente.”

Este é o nosso caminho. O caminho da fé, da ternura e do saber. Isto é o que esperam de nós professores todas aquelas crianças e jovens que ansiosamente e assustados estão sentados nas salas de aula.

O caminho da escola de hoje transcende os limites da insipiente interdisciplinaridade que apenas mascara o grave problema do reducionismo determinado pela elevada especialização, pois quando ganhamos conhecimento por um lado inevitavelmente fazemos crescer a ignorância de outro (ganho de conhecimento X ganho de ignorância).

Em meio a este turbilhão, a escola tenta sobreviver. Busca por meios próprios alcançar sua aptidão para produzir conhecimento (competência) que, aliando-se a atividade cognitiva, leva-nos a um “saber” – conhecimento do conhecimento.

É nesta cruzada ética que se encontra a escola de hoje. Há um conflito entre o poder e o saber: “... Enfim, em toda a história humana, a atividade cognitiva interagiu de modo ao mesmo tempo complementar e antagônico com a ética, o mito, a religião, a política: o poder, com freqüência controlou o saber para controlar o poder do saber”. (E.Morin).

A vontade de espantar o fantasma do reducionismo que assombra a educação terá que ser mais forte do que a necessidade deste de assumir o controle do saber fragmentado. Mesmo que considerando insipiente a ação interdisciplinar hoje proposta pelas escolas, nesta ação é que encontramos os rumos para trilharmos o caminho da desfragmentação do conhecimento devolvendo-lhe a característica multidimensional, embora culturalmente tenhamos a tendência a esfacelá-lo. Este esfacelamento faz com que surjam conhecimentos distintos e, com mais gravidade, faz-nos perder a visão do todo. Deixamos de contextualizar e perdemos a aptidão de produzir conhecimento, dificultando a caminhada.

A escola deve sair em busca do saber, do conhecimento do conhecimento. “...Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento; onde está o conhecimento perdido na informação?” ( T.S. Eliot, citado por E. Morin).