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segunda-feira, 29 de outubro de 2012


                             RETRATO DA ESPERENÇA

RETRATO DA ESPERANÇA


Neiff Satte Alam

     Estava percorrendo um dos bairros mais pobres de Pelotas, acompanhando meu candidato a Prefeito em uma de suas inúmeras caminhadas para estabelecer um contato olho no olho com os moradores.

     Um caminhão de som nos acompanhava, muitas pessoas falando, aplaudindo, manifestando-se de alguma forma. Em um momento me afastei um pouco e deparei-me com uma cena que ficará sempre guardada em minha memória e estará sempre presente em todas as decisões políticas que tiver que tomar daqui para frente.

     A poucos metros, sob a sombra de uma árvore, um homem, seguramente com menos idade do que aparentava, tinha ao colo uma menina e segurava pela mão um menino com pouco mais de três anos. Sua mulher balançava a bandeira de campanha do EDUARDO. O sorriso estampado no rosto de ambos, marido e mulher, era o retrato da esperança.

     Depositava aquele casal toda a confiança e esperança em dias melhores no jovem candidato. Com certeza, o slogan de campanha que remetia para a ideia de que as pessoas seriam a prioridade e cuidar delas do jeito que são, seria o centro das políticas públicas, estava dando ao casal uma luz de esperança, principalmente para seus filhos, assim como eles, carentes de um governo voltado para as pessoas.

     Com certeza não fui o único a ver aquela família em  sua isolada campanha, não apenas para eleger um prefeito, mas por alguém que falasse a agisse por eles, que desse a seus filhos a chance de percorrerem uma estrada que os levasse ao futuro com dignidade e que não enfrentassem esta caminhada sem chance de vencer as agruras e dificuldades enfrentadas por seus pais.

     Aquela imagem, que foi se repetindo por todos os lados, em várias visitas aos bairros, fez-me refletir mais e mais na responsabilidade enorme do futuro prefeito e ter a certeza de que somente alguém com personalidade, formação ética e um caráter firmemente forjado dentro de seu reduto familiar, poderia dar oportunidade àquelas pessoas que, na mais absoluta pobreza, tinha ânimo para participar deste tão importante momento político.

     Energizado pela cena, retomei a caminhada com um olhar diferente, mais decidido e com enorme respeito por aquela dupla de jovens – EDUARDO E PAULA, que se atirava com força e determinação em uma campanha política com vontade para mudar este quadro de desamparo e de dor que vi nos olhos do homem, da mulher e das crianças...

    

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Luz, mais luz ...


Neiff Satte Alam

 

Havia um silêncio, uma calma matinal que precede o nascer do sol. A floresta parecia sem vida, como se fosse uma tela renascentista a espelhar o profundo sem decifrar o visível.

Neste ambiente semiclaro, molhado de orvalho, surge o primeiro raio de sol. A vida parece explodir em sons, cores e movimentos. O verde parece mais verde. A sonoridade do canto dos pássaros disputa beleza com os reflexos multicoloridos de raios de luz que se projetam sobre e através de gotículas do orvalho que, frio, aquece o cenário. A vida nasce de dentro da floresta que a possuía latente, mas necessitou da luz para mostrar-se em toda a sua beleza e abundância.

Este é o limite entre o “não saber” e o saber, entre a mera informação e o conhecimento a partir desta informação, esta é a luz que, sob a ação mágica do professor, dá vida às inteligências que pedem para eclodir, anseiam por aprender e crescer, desde os pequenos aprendizes até os adultos que com esforço e dedicação buscam, na idade adulta, conhecimento  e inclusão definitiva como cidadãos.

Esta busca de um futuro que permita harmonização e integração com a natureza e com as outras só pode ocorrer através de um sistema em que o educador/professor realize sua tarefa com afinco e competência.

Embora a visão poética de dar luz às trevas do pensamento, representada pela ignorância, a realidade da tarefa é de uma dureza e dificuldades que termina por derrotarem muitos destes combatentes que, cansados, desestimulados ou atraídos por tarefas mais fáceis de serem executadas ou mais rendosas, terminam por abrir lacunas nas fileiras de batalha por uma educação de qualidade.

De qualquer forma, luz, conhecimento e sabedoria terminam por se completar, não por conceitos, mas por uma intuição milenar de que a melhor maneira de se combater a ignorância é iluminando as mentes dando significado a informação aí posta e a transformando em conhecimento. Esta é a tarefa do professor/educador.

A noosfera somente se enriquecerá se a aura de pensamento individual estiver fortalecida, contribuindo, desta maneira com o fortalecimento da esfera universal de pensamentos, pois nossa aura de pensamento sobrevive ao nosso corpo material e permanece viva e produtiva ao se somar a todas as demais, alimentando o mundo de sabedoria, que nos envolve e que precisa ser permanentemente descoberto a cada momento em que um professor põe luz no caminho do saber de seus alunos, iluminando o trajeto difícil que separa o passado do futuro em uma caminhada que não se faz no escuro, pois, neste caso se perderia o rumo e o sentido da vida que é evoluir na busca de realização pessoal para auxiliar os outros nas suas caminhadas...com luz, muita luz ...